Há quem já cultive o hábito de doar o que não utiliza mais, mas se você é daquelas pessoas que têm dificuldade em desapegar ou que não vê sentido em repassar itens de segunda mão, continue aqui com a gente que vamos apresentar bons motivos para te ajudar a mudar de ideia (se você quiser, claro).
O primeiro passo é compreender que doar não tem nada a ver com passar para frente “as sobras, os restos”; doar é muito mais sobre compartilhar aquilo que pode continuar sendo útil para outras pessoas. Existe, no imaginário coletivo, a ideia de que quem doa está em situação melhor do que quem recebe. Não alimente esse tipo de pensamento em você. O princípio da doação é o senso de coletividade, de sensibilidade. É tal qual aquela frase do filme “Na Natureza Selvagem”: a felicidade só é real quando é compartilhada. Inclusive, em algumas famílias e círculos de amizade, a prática de doação entre membros é algo comum, quase como uma herança ancestral.
Há uma palavra muito bonita, criada no século 19, pelo filósofo francês Auguste Comte, que caracteriza o ato de doar: altruísmo. O altruísmo nos move na direção oposta ao egoísmo.
E você sabia que a prática da doação voluntária não beneficia somente os seres humanos, mas também o meio ambiente? Dar uma nova oportunidade àquilo que não utilizamos mais é uma maneira de aumentar a vida útil desses objetos, prolongando sua funcionalidade e valorizando os recursos naturais utilizados, assim como toda a mão de obra empregada na produção do item.
Agora, pergunte-se: quantas vezes você julgou como “lixo” coisas que ainda estavam em bom estado?
Aqui, daremos algumas dicas práticas para você que quer desapegar e se engajar na doação:
Institua em sua agenda o dia oficial do destralhamento
A cada seis meses, separe um dia para olhar todos os objetos que possui, desde roupas até eletrodomésticos que, porventura, estejam sem uso. Faça uma verdadeira caça aos objetos.
Verifique o que ainda está em bom estado
Quantos itens será que ainda estão em condições de uso? Dê uma boa olhada nas roupas, nos calçados, veja se não possuem avarias. Se forem objetos eletrônicos, faça testes: ligue, desligue, pressione os botões. Já os utensílios, olhe com calma, procure rachaduras, ferrugem, veja se não faltam peças. Essa triagem é muito importante.
Seja sincero/a consigo mesmo/a
Se o objeto está sem uso há muito tempo, você tem certeza que voltará a utilizá-lo? Provavelmente não. Você não precisa doar coisas que carregam memória afetiva, mas, nesse ponto, é importante ser mais racional para distinguir a memória afetiva do apego.
Realize a separação por categoria
Depois de verificar todos os objetos, separe-os por categoria: roupas, calçados, utensílios, eletrônicos, eletrodomésticos etc.
Pesquise
No site da ecycle.com.br, por exemplo, você consegue pesquisar uma série de locais para descartar resíduos. Outra possibilidade, é buscar por iniciativas, e até mesmo eventos, no site da Prefeitura, Secretaria de Meio Ambiente, comunidades/grupos locais e Organizações não governamentais (ONGs). Dez minutinhos de pesquisa e temos certeza que você vai achar muita coisa interessante!
EXTRA: É possível que nesse destralhamento, você encontre lâmpadas queimadas. Esses resíduos devem ser descartados nos coletores da Reciclus, para que tenham o destino ambientalmente correto. Para descobrir o ponto de entrega mais perto de você, acesse www.reciclus.org.br, clique em “Onde Descartar” e faça uma busca inserindo o seu CEP.
Pronto! A parte mais trabalhosa você já fez.
O próximo passo é buscar um ou mais locais que recebam doações ou doar para pessoas que você conheça e que possam estar precisando. Existem vários tipos de entidades filantrópicas que aceitam doações, algumas repassam as doações diretamente para as pessoas/famílias assistidas, outras vendem os itens em bazares e revertem a verba arrecadada para projetos sociais. O mais importante é que seja uma entidade de sua confiança.
O ato de doar o que não utilizamos mais, além de importante, nos faz bem, aguça a nossa sensibilidade, o senso de humanidade e o altruísmo.