Seja de manhã, à tarde ou à noite, uma xícara de café ou chá sempre cai bem. Apesar de estar entre os maiores produtores mundiais de café, o Brasil não chega nem perto de ser o maior consumidor dessa bebida tão aromática; tampouco aparece no ranking de consumo de chá. Mesmo assim, é necessário refletirmos sobre o impacto de alguns formatos dessas bebidas no meio ambiente.
A cápsula de café nasceu por volta da década de 1980, junto com a respectiva máquina. Os sachês de chá são bem mais antigos e datam dos primeiros anos do século XX.
Atualmente, tanto as cápsulas de café como os saquinhos de chá são altamente consumidos devido à praticidade que proporcionam na rotina. Mas quais serão os impactos desses resíduos ao meio ambiente?
Cápsulas de café: dos males, o pior?
Talvez muitas pessoas acreditem que as cápsulas de café são grandes vilãs no que diz respeito às questões ambientais. Pesquisadores da Universidade de Quebec, no Canadá, produziram um estudo aprofundado que considerou o processo de produção do café, a fabricação de embalagens, a preparação da bebida e os resíduos produzidos.
De acordo com a pesquisa, o café encapsulado ficou em terceiro lugar entre os métodos com maior emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE). Em segundo, veio a prensa francesa e em primeiro o café filtrado tradicional. Você imagina o motivo?
Nos dois primeiros a quantidade de pó de café utilizada costuma ser maior do que a necessária, o que, consequentemente, acarreta em uma alta demanda sobre o grão – a produção agrícola do café corresponde de 40% a 80% das emissões de GEE. Já nas cápsulas, a quantidade de pó é controlada.
Mas não é por isso que você vai sair fazendo cinco cafezinhos de cápsula por dia, né? Até porque a maioria das cápsulas são feitas de alumínio ou plástico, resíduos que, caso não recebam o destino ambientalmente correto, podem ser nocivos para o meio ambiente.
Como praticar a sustentabilidade desfrutando seu café de cápsula
Você sabia que existem programas de reciclagem de cápsulas de café? As empresas que fabricam esses produtos tornam-se responsáveis pela sua destinação ambientalmente correta. Já os consumidores, por sua vez, precisam tomar a atitude de descartar nos locais indicados pelas marcas. Isso se chama logística reversa.
Além disso, já existem empresas que produzem cápsulas biodegradáveis e compostáveis, como a Melitta.
Abaixo, listamos as iniciativas de reciclagem das principais marcas. Confira:
Sachês de chá: impactos à saúde e ao meio ambiente
A questão dos saquinhos de chá é um pouco mais preocupante. Pesquisadores da Dow University of Health Sciences, localizada no Paquistão, publicaram um estudo na Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA sobre os riscos associados aos microplásticos presentes em sachês de chá. A pesquisa mostrou que um material amplamente utilizado para produzir esses saquinhos é o polipropileno – um tipo de plástico – que, ao entrar em contato com a água quente, pode liberar milhares de partículas de micro e nanoplásticos.
Muitas marcas já produzem sachês sem plástico, porém existem fabricantes que ainda utilizam nylon e tereftalato de polietileno (PET), o que faz com que esses sachês levem centenas de anos para se decompor totalmente.
Como garantir o chá da tarde de forma sustentável
Se possível, opte pelos chás naturais que podem ser preparados em casa, com ervas, frutas e outras especiarias a granel. Escolha infusores reutilizáveis, como os de inox.
Mas se você precisa de algo mais prático, recomendamos os chás com sachês de papel, que são biodegradáveis e podem ser compostados. Para saber se há plástico na composição dos sachês, atente-se às informações que ficam no rótulo das embalagens.
Dica simples: saquinhos que rasgam facilmente são de papel; os que são mais duros ou não rasgam são de plástico. Os de plástico não possuem reciclabilidade e, após o consumo, devem ser descartados no lixo comum.