Você é o tipo de pessoa que gosta de ter uma “farmacinha” em casa? Aquela caixa guardada no fundo do guarda-roupa ou de uma gaveta, onde armazena diversos tipos de medicamentos. Será que não está na hora de fazer uma limpa nesses remédios? Mas se a primeira coisa que passou pela sua cabeça é jogar os medicamentos vencidos no lixo comum ou no vaso sanitário, então continue neste texto, pois vamos explicar a forma correta de descartar esse tipo de resíduo.
Por que medicamentos não devem ser descartados no lixo comum
Os medicamentos são compostos por substâncias que possuem potencial de toxicidade e contaminação, especialmente quando entram em estado de decomposição. Caso esses resíduos entrem em contato com o meio ambiente, serão nocivos à fauna, à flora e à própria saúde humana. Por isso, em hipótese alguma podem ser jogados no lixo comum, no esgoto ou na água.
Entendendo a legislação
Assim como a logística reversa de lâmpadas fluorescentes foi estabelecida pela Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), o mesmo ocorreu com os medicamentos domiciliares, ou seja, aqueles que são adquiridos e consumidos por pessoas físicas.
Por meio do Decreto n.º 10.388, de 5 de junho de 2020, regulamenta-se o sistema de logística reversa desse tipo de resíduo no Brasil. Isso significa que, assim como outros resíduos, os medicamentos domiciliares também estão sujeitos à responsabilidade compartilhada, o que envolve fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores.
Como funciona na prática
Para que o sistema de logística reversa de medicamentos domiciliares seja efetivo, as empresas farmacêuticas e Sindusfarma (Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos) criaram operações de coleta e destinação ambientalmente correta para esse tipo de resíduo – assim como a Reciclus, juntamente com os seus associados e parceiros, faz com as lâmpadas fluorescentes.
Os pontos de coleta de medicamentos do Sindusfarma estão localizados em farmácias e drogarias, equipados com dispensadores específicos para o descarte. Esse processo faz parte do Sistema LogMed, um programa de logística reversa que garante a destinação ambientalmente correta de medicamentos vencidos ou em desuso, bem como suas respectivas embalagens.
Entre junho de 2021 e dezembro de 2023, o LogMed já destinou corretamente 135 toneladas de resíduos em 26 Estados e no Distrito Federal. O programa é gerenciado por 16 entidades do setor farmacêutico, incluindo o Sindusfarma, e foi criado pelo Decreto Federal nº 10.388/2020, com base na Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.305/2010).
A iniciativa envolve consumidores, varejistas, distribuidores, importadores e fabricantes para garantir o descarte seguro e responsável.
Como separar os medicamentos vencidos ou em desuso
- Caixas e bulas: esses dois materiais, chamados de embalagens secundárias, por não terem contato direto com os medicamentos, não possuem toxicidade. Sendo assim, podem ser destinados à reciclagem.
- Cartelas de comprimidos, frascos, copinhos de xarope, tubos de pomadas/cremes e outros recipientes que armazenam diretamente os medicamentos: esses são conhecidos como embalagens primárias e, portanto, não devem ser descartados na reciclagem e nem no lixo comum. Eles devem ser descartados juntamente com os remédios, no ponto de coleta específico.
Passo a passo: o que fazer após a separação dos medicamentos
- Acesse o site LogMed para ver a lista de pontos de descarte dos medicamentos domiciliares vencidos ou em desuso, de uso humano;
- Programe-se para ir ao ponto de coleta e lembre-se: tudo aquilo que estiver em contato direto com o medicamento (embalagem primária) deve ser descartado junto com ele;
- Caso a embalagem primária seja cortante ou perigosa, prefira neutralizar os riscos antes de levá-la ao ponto de coleta;
- Chegando ao local indicado pelo buscador, caso não encontre o coletor específico para medicamentos, pergunte a um(a) colaborador(a). Não vá embora sem antes se informar.
Agora, compartilhe a sua iniciativa de descartar os medicamentos corretamente com pessoas do seu convívio e comunidade e colabore para que a educação ambiental se espalhe cada vez mais!