A leitura está em tudo. Lemos mensagens de WhatsApp, e-mails, rótulos de produtos, placas de rua, sinalização de trânsito, bulas de remédio, panfletos de propaganda, nome de estabelecimentos… Porém, existe uma diferença grande entre ler de forma automática, quase instintiva, e ler com intencionalidade, ou seja, com o desejo genuíno.
A 6ª edição da Pesquisa Retratos da Leitura no Brasil (2024), mostrou que 53% dos entrevistados são não leitores – pessoas que não chegaram a ler nem mesmo parte de uma obra, física ou digital, nos três meses que antecederam a pesquisa. Na 5ª edição da Pesquisa, referente ao ano de 2019, esse número de não leitores estava em 48%. Isso nos mostra que, atualmente, mais da metade dos brasileiros não têm o hábito de ler por vontade própria. O estudo Retratos da Leitura no Brasil ainda vai além e analisa dados sociais e econômicos que explicam esse cenário.
O que a leitura tem a ver com o meio ambiente
Ler é importante para acessar novos conhecimentos e construir saberes, além de ser uma prática que aguça a criatividade e a imaginação, melhora a memória, aumenta a capacidade de concentração, entre outros benefícios.
E como a leitura se conecta ao meio ambiente? Sendo um hábito educativo, a leitura permite explorar assuntos diversos, como, por exemplo, as questões ambientais. Existem inúmeros livros sobre essa temática, desde estudos teóricos até enredos documentais e ficcionais. Há opções para todos os gostos!
Mas você pode questionar: livros são feitos de papel e outros recursos, isso não prejudica o meio ambiente? Existe, sim, um impacto ambiental quando o assunto é obras impressas, não somente pelo uso de papel, mas de tintas e outros recursos naturais utilizados no processo. Por essa razão, a partir de 1992 (após a Rio-92), muitas editoras adotaram o selo FSC (Forest Stewardship Council – Conselho de Manejo Florestal), uma certificação que não elimina completamente o impacto, mas garante que a madeira utilizada na fabricação do papel seja proveniente de florestas manejadas de forma ambientalmente adequada, socialmente justa e economicamente viável. Em outras palavras, a certificação não significa que nenhuma árvore foi derrubada, mas sim que o processo seguiu critérios rigorosos que respeitam a biodiversidade, os direitos das comunidades locais e o ciclo de regeneração das florestas. No entanto, a adesão ainda não é universal.
Por isso, se você não abre mão de obras impressas, considere adquirir livros em sebos ou realizar trocas entre conhecidos. Além disso, atualmente, os livros digitais também se popularizaram como opções mais sustentáveis.
Dicas para cultivar o hábito da leitura
- Escolha um tema pelo qual você se interessa muito.
- Comece com livros curtos.
- Entenda em qual momento do dia você consegue encaixar a leitura – pela manhã, no transporte público, almoço, antes de dormir…
- Coloque metas de leitura – que tal começar com cinco páginas por dia?
- Se possível, sempre carregue o livro com você.
- Pesquise sobre a autora ou o autor, as inspirações para a produção da obra, etc. – essas curiosidades dão ainda mais motivação para seguir com a leitura.
- Tá tudo bem não conseguir ler todos os dias!
Livros que você precisa conhecer
- Investigar, sentir e pertencer: A construção da educação ambiental com as crianças (Programa Reciclus Educa).
- Ideias Para Adiar o Fim do Mundo e Futuro Ancestral (Ailton Krenak).
- Banzeiro Òkòtó: Uma viagem à Amazônia Centro do Mundo (Eliane Brum).
- Torto Arado (Itamar Vieira Junior).
- Vidas Secas (Graciliano Ramos).
- A Terra Inabitável (David Wallace-Wells).
- A Vida Secreta das Árvores: O que elas sentem e como se comunicam (Peter Wohlleben).
- Primavera Silenciosa (Rachel Carson).
