Talvez você não saiba, mas um dia na semana sem consumir produtos de origem animal pode significar a economia de: 3,4 mil litros de água usados no cultivo de grãos e nos abatedouros, sete quilos de soja para ração, 24 metros quadrados de área plantada e evita que 14 quilos de gases tóxicos sejam lançados na atmosfera (dados de 2022, da Sociedade Vegetariana Brasileira). Esse é o propósito da Segunda Sem Carne, um movimento de conscientização que nasceu em 2003, nos Estados Unidos, e chegou ao Brasil em meados de 2009, com apoio do Ministério da Saúde e do Guia Alimentar para a População Brasileira.
A proposta da Segunda Sem Carne é autoexplicativa: realizar, às segundas-feiras, refeições sem ingredientes de origem animal, ou seja, sem carne, ovos, leites e derivados. Para nós pode parecer que é só mais um dia na semana, mas para o planeta e os animais é um passo grande em direção à preservação.
Como a indústria da carne impacta o meio ambiente?
A carne é um alimento nutricionalmente rico, no entanto, o consumo excessivo, principalmente de carne vermelha e processada, pode causar problemas de saúde como doenças do coração, cânceres, diabetes e obesidade. Mas calma, estamos falando aqui de altos níveis de consumo.
Porém há uma outra questão muito séria que envolve a indústria da carne: o impacto ambiental. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), de 2018, cerca de 80% das terras destinadas às atividades agrícolas são usadas para plantação de ração para gado ou pastagem, ou seja, essas áreas são todas desmatadas.
Outro ponto de atenção está no setor pecuário, que, segundo documento publicado pela Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (UNFCCC), em 2021, é responsável por 14% de todas as emissões de carbono; na prática isso acontece porque o gado e as ovelhas emitem gás metano durante a digestão de seus alimentos. O alto consumo de água é outro fator preocupante na indústria da carne. De acordo com a UNFCCC, de toda a água doce disponível no planeta cerca de um terço é consumida pelo setor pecuário.
Segunda Sem Carne e a educação no Brasil
Pensando em minimizar os impactos mencionados no tópico anterior, além de promover uma alimentação mais diversificada e rica para a população, alguns municípios brasileiros incluíram a Segunda Sem Carne no cardápio escolar. Foi o caso da rede municipal de São Paulo que, em 2011, implementou gradualmente o cardápio vegetariano. Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira, cerca de um milhão de crianças e estudantes são beneficiados pela iniciativa, “poupando 436 mil kg de carne ao longo de um ano”.
A Segunda Sem Carne se estendeu também para a rede estadual de São Paulo em 2017, e chegou a alcançar mais de 100 municípios. O mais interessante é que a introdução da alimentação vegetariana na merenda escolar foi feita de forma contextualizada, levando também orientação para toda a comunidade escolar. O cardápio vegetariano foi um sucesso entre as e os estudantes!
Então se para você é difícil imaginar uma alimentação sem produtos de origem animal, mas tem vontade de contribuir com o planeta, comece pela Segunda Sem Carne. É um dia que vale por muitos.
Pesquisas